Automutilação e suicídio entre os jovens / Pais, saibam como evitar esse mal


O jogo Baleia Azul (criminosos instruem que o jovem faça automutilação e por último o suicídio) vem trazendo muito medo e preocupação para os pais. Por mais complicado que esse assunto possa ser, estamos tendo a oportunidade de falar sobre a importância do diálogo com os jovens, de acolher as suas dores emocionais e os seus interesses.

A pré-adolescência e adolescência é uma fase de transição na vida (hormonal, cognitiva e emocional). Como ocorrem muitas mudanças durante essa fase, os pais precisam estar constantemente atentos, buscando conhecer os filhos a cada dia (pois o filho irá mudar de ideia, passará por novas experiências, conhecerá novas pessoas nessa fase da adolescência). Cada indivíduo é único, sendo necessário observar bem quais são as necessidades de cada adolescente.

Nessa faixa etária ele pode passar por situações difíceis como por exemplo : violência, bullying e baixa autoestima. Por esse motivo é comum que em alguns momentos o jovem pense: “ninguém me entende”. Nesses momentos ele pode ficar mais vulnerável e propenso a seguir caminhos autodestrutivos, como por exemplo: jogos do tipo Baleia Azul (automutilação, tentativa de suicídio), consumo de drogas… Ele pode cair nas manipulações de pessoas mal intencionadas e criminosas por querer encontrar um grupo que possa se encaixar, em que possa sentir que faz parte. Por isso, os pais precisam ficar atentos às mudanças de comportamentos, à queda de rendimento nas notas escolares, a sintomas de tristeza, ansiedade, irritação, isolamento. Esses são sinais de que seus filhos estão precisando de mais cuidado e atenção. Nessa hora, é preciso encaminhar para os profissionais da área da saúde (pediatras, psiquiatras e psicólogos).

É fundamental destinar um tempo da semana para passear com os filhos, ter o momento de conexão com eles. É importante os pais conversarem e se interessarem pelo filho, em como ele interage e convive com os colegas, como ele lida com as próprias frustrações, emoções, inseguranças, conquistas e alegrias. Assim, os adultos podem aproveitar esses períodos junto do adolescente para conversar e orientá-lo, dizer formas saudáveis para ele enfrentar as dificuldades e lidar com a ansiedade, receios e inseguranças. Esses momentos aproximam a família e o jovem pode se sentir mais seguro a pedir ajuda quando ele tiver problemas.

A intimidade e confiança são construídos diariamente com o filho. O adolescente só se sentirá à vontade de conversar com os adultos (pais, tios, professores, …) se tiver bons momentos com eles, em que se sinta acolhido, ouvido, valorizado, respeitado. Mas quando o adolescente se sente apenas criticado, ameaçado ou excessivamente cobrado, pode se distanciar e cair nas garras de pessoas perversas. Por esse motivo não adianta brigar, xingar, gritar…. é preciso acolher e orientar, tentando entender como está o estado emocional do jovem.

É importante o equilíbrio, nem 8 e nem 80. É necessário respeitar o espaço do adolescente, mas os pais também devem cuidar e se preocupar com quem o filho anda, quem são os seus amigos e os pais dos seus amigos, …. Tem que levar em consideração a idade do jovem: quanto mais novo, menos noção ele terá das consequências dos seus atos.

Esse cuidado e proteção precisam de uma medida adequada. O jovem precisa desenvolver a sua autonomia. Não é interessante os pais prenderem demais a ponto de sufocar o filho (dessa forma ele pode acabar se afastando dos pais) e nem soltar demais a ponto de não saberem qual é a rotina e as pessoas que o filho convive.

O adolescente precisa de espaço para dizer o que pensa, para manifestar suas ideias e angústias. É fundamental dar oportunidade para o filho desenvolver a sua maturidade. Dessa forma, ele será capaz de dizer “sim“ para as coisas boas e “não” para aquilo que pode ser ruim. Isso só é possível se os pais, aos poucos, permitirem ele questionar e opinar, aprendendo a negociar e refletir sobre as suas escolhas e os seus comportamentos. Se o jovem não aprender a pensar e decidir por si mesmo dentro de casa, ele não saberá fazer isso “fora de casa”.

 

1 Comentário

  1. Marcos Meier disse:

    Excelente texto. Equilíbrio e não extremismo é o que precisamos nesse momento.

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