Brincadeira ou assédio moral? / Aprenda a cortar o “sem noção”


Tem pessoas que tentam ser engraçadas, fazem as suas piadas à custa dos outros, provocando, sendo desagradável ou ofendendo. Às vezes o alvo é alguém da família, um amigo, um colega de trabalho ou da escola. Esse “sem noção” que faz piadas inadequadas acaba se tornando chato e atraindo o olhar de forma negativa, muitas vezes não percebendo o mal que causa a si mesmo (pois os outros o evitam e se afastam) e àquele que tira sarro (que pode sofrer com a “brincadeira”). Alguns não conseguem saber a diferença entre desmoralizar, atacar ou humilhar e entre ser alguém realmente engraçado.

É importante entender que todas as pessoas têm um ponto mais frágil, que é mais sensível e que se for feito uma brincadeira a respeito dessa questão, ela poderá se chatear. A história de vida, a personalidade, a condição física e social da pessoa vai influenciar a forma que ela irá interpretar o que dizem para ela. Por exemplo:

  • É provável que a pessoa que teve dificuldade de aprendizagem na escola e sofreu com isso se sinta incomodada caso alguém faça brincadeira a respeito da sua capacidade intelectual.
  • Alguém que não se sente bem com o seu corpo pode se ofender se tirarem sarro do seu peso.

Não é uma regra, cada um têm as suas questões e as suas vulnerabilidades. As pessoas são diferentes, então o que é aceitável para um, pode não ser para o outro. O que pode ser engraçado e dito brincando para uma pessoa, talvez não poderá ser dito para a outra, porque essa outra pessoa se sentirá ofendida. Então antes de fazer qualquer brincadeira, é preciso se colocar no lugar do outro e avaliar se realmente aquilo é apropriado, se tem liberdade para brincar e se a conhece o suficiente para saber o que é ou não ofensivo para ela. Se o “brincalhão” ficou na dúvida, ele deve perguntar para a pessoa se ela se incomodou com determinada “brincadeira”.

Isso não quer dizer que não poderá brincar e dar risada, mas significa que tem determinadas questões que são mais delicadas e por isso precisa tomar cuidado, senão o “engraçadão” pode perder amigos e talvez perder oportunidades ou posições profissionais. O respeito tem que estar acima de tudo.

aquele que sofre com a “brincadeira”, precisa se posicionar e dizer que não está gostando do que está escutando e que não aceitará essas colocações. Caso o “sem noção” continue, a pessoa que está incomodada pode dar “um gelo” ou se afastar. Existem “brincadeiras” que não são brincadeiras, na verdade são assédio moral ou bullying. Nesses casos, é importante a pessoa buscar apoio e ajuda, também podendo se informar sobre meios legais (judiciais) para conduzir a situação.

É preciso cortar o mal pela raiz, não deixar o problema crescer. A pessoa que sofre com humilhações, discriminação e constrangimento tem que tomar cuidado para não ser refém da situação, porque isso pode a paralisar, fragilizar, podendo gerar grandes prejuízos em sua vida pessoal e / ou profissional (como por exemplo depressão, ansiedade, …).

É fundamental ser firme com o “sem noção” ou com o assediador. É indicado o acompanhamento com o psicólogo caso a pessoa não consiga se posicionar, buscar apoio, ou ainda se depois de passar por assédio se sinta marcada e não consiga esquecer do que aconteceu, sofrendo e revivendo os ataques que já não ocorrem mais. Também é indicado o acompanhamento psicológico caso a pessoa seja muito sensível, não conseguindo relaxar e brincar, sempre se sentindo atacada mesmo com comentários e brincadeiras inofensivas, ou seja, aquela pessoa que leva tudo a ferro e fogo.

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