Perceba os sinais de que ele (a) não é “legal” / Fuja da ilusão amorosa


No início de um relacionamento (às vezes não só no início) é comum enxergar mais as qualidades do que os defeitos do companheiro. Normalmente a pessoa vê o outro dessa forma porque  ela deseja ser amada e quer receber carinho. Esse sonho de namorar fala mais alto. Mas algumas vezes o paquera não tem tantas qualidades e nem é tão legal assim, pelo contrário, ele é destrutivo. A pessoa não quer enxergar o que muitos ao redor percebem: “ele não é a pessoa certa para você”, “está perdendo o seu tempo” ou “está numa grande enrascada”.

Para muitos, a vida só terá sentido e estará completa se estiver namorando ou casado. A pessoa não se imagina feliz sem alguém ao seu lado. O foco é encontrar um companheiro. Amigos, projetos, trabalho, hobbies podem ser importantes, mas são secundários diante de um relacionamento amoroso.

É perigosa a ideia de que só um relacionamento amoroso traz a felicidade ou é o grande sentido na vida, porque com esse pensamento a pessoa vai com muita “sede ao pote”, ficando cega e não selecionando bem as pessoas com quem ela se relaciona. Busca um namorado sem muitos critérios, a ponto de não reparar nas características negativas e destrutivas daqueles que se aproximam e correspondem as suas cantadas. Nessas situações é comum se iludir, fantasiar um futuro ideal, vestindo o lobo em pele de cordeiro, enxergando um príncipe em vez de um sapo, uma princesa em vez de uma bruxa.

Claro que não existem namorados ou esposas perfeitas! Se a pessoa buscar a perfeição, ela irá se frustrar. É preciso equilíbrio, nem 8 e nem 80, nem ficar neurótico procurando um príncipe (ou uma princesa) e nem ficar cego achando que “o que cair na rede é peixe”. Perceba a diferença entre neura e cegueira da pessoa que está conhecendo o paquera:

*Neura – a pessoa fica com medo de ser magoada e começa a desconfiar de qualquer um que se aproxima, imaginando que será enganada e ferida. Imagina coisas onde não tem, interpretando todos os comportamentos e falas do pretendente de forma negativa e distorcida.

 *Cega – vê tudo que envolve o seu amado de forma ilusória, construindo um conto de fadas. A pessoa fecha os olhos, ignora ou minimiza todos os sinais de que aquela paixão é perigosa. Ela quer viver o seu sonho de ter um companheiro, mesmo ele dando sinais negativos: se mostrando agressivo, indiferente, interesseiro, instável emocionalmente, narcisista… Se a pessoa começa uma relação aceitando “qualquer coisa”, com o passar do tempo a situação do casal tende a piorar, aumentando os maus tratos e a exploração. Geralmente, só depois de estar apaixonada e envolvida que a pessoa começa a cair na real e percebe que está vivendo um pesadelo.

Antes de tudo, a pessoa precisa estar bem consigo mesma, ter autoconhecimento para conseguir avaliar e entender o que realmente ela quer dentro de uma relação, o que ela considera necessário e importante no seu desejado parceiro. Por exemplo: que ele seja atencioso, carinhoso, que tenha nível cultural parecido com o dela, que tenha interesses em comum, que não seja agressivo, que consiga ver as necessidades dela, que consigam conversar sobre as dificuldades da relação de forma saudável e adequada, que tenha valores e planos parecidos com o dela, que o objetivo do casal seja crescer juntos, motivando um ao outro, …

É preciso estar consciente sobre si mesmo, sabendo aquilo que traz prazer e hábitos saudáveis, analisando bem os comportamentos, os valores e os sinais que o paixonite dá. Assim, a pessoa poderá enxergar de forma adequada e mais realista sobre quem ela está interessada. Reflita:

*Quais são os critérios que tenho para iniciar um relacionamento amoroso? Realmente aplico esses critérios quando conheço alguém?

*Será que sou uma pessoa carente?

*Os meus relacionamentos amorosos anteriores eram conturbados? Eles costumavam não me valorizar? O casal passava mais tempo tendo conflitos e mágoas do que tendo tempos agradáveis e saudáveis?

É indicado o acompanhamento com o psicólogo quando a pessoa costuma se envolver em relacionamentos problemáticos.

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